9 de jan. de 2014

Stay with me: Capítulo 1 - Anos turbulentos

"tudo que me mata,me faz sentir vivo"-Counting Stars,One Republic.

Queria poder fazer todo dia feriado,assim ele estaria do meu lado para todo sempre,mas…como isso é impossível,devo me contentar com o fato de vê-lo apenas alguns dias no ano.
Ao abrir minha janela vi seu carro estacionado no lugar de costume.
-Sentiu falta dele meu amor?-disse minha mãe entrando em meu quarto.
-Demais.-sorri desanimada.
-Vamos passar o natal com a família dele,não se preocupe,você vai ter tempo para vê-lo bastante.-
-E depois o perderei de novo.-fiz uma cara triste.
-Bem,se apresse Lala,temos que ir até a casa de sua tia Vanessa.
  Coloquei uma roupa qualquer….mentira,eu ia ver o cara que amo,não poderia estar de qualquer jeito,experimentei diferentes blusas e shorts até encontrar uma combinação que fosse chique mas não tanto,fofa mas não criança,atrevida mas não puta…bem,tudo pronto.
Desci e fui até a casa da frente onde passei minha infância inteira brincando com Peter,já que minha mãe trabalhava o tia todo eu ficava lá com ele e sua mãe Vanessa.
Aos poucos eu e Peter vimos o quanto um amava o outro e chegamos a namorar,mas ao se alistar para o exercito resolvemos terminar e ser apenas amigos. Por mim,estaria com ele,mas Peter diz que a saudade que fica é maior quando estamos namorando.
Ao tocar a campainha,tia Vanessa atendeu a porta…não que ela fosse minha tia de verdade,mas ela me criou como uma pessoa da família. Ela estava radiante,sorrindo que nem uma boba,é claro,quando Peter voltava para uns dias de folga todos ficavam felizes.
-Oi Lala-sorriu-Peter está dormindo,você sabe…agora que ele está no Iraque,o fuso horário o deixa assim.
-Posso acorda-lo tia? Sério,estou morta de saudades dele.
Ela saiu da minha frente e sorriu como se aprovasse o que eu havia dito,subi as escadas e fui até o último quarto do corredor,onde provavelmente Peter estaria dormindo.
Abri a porta devagar e lá estava ele,com seu rosto de fora do lençol e uma mão sobre os olhos. Me sentei ao seu lado e passei a mão em sua cabeça.
-Lala?-ele disse sonolento. Dei uma risada e voltei a fazer cafuné nele.
-Como sabia que era eu? Seus olhos ainda estão fechados.
-Quando eu digo que não existe ninguém como você,acredite.-ele disse se sentando na cama.
Aqueles olhos verdes me arrepiavam até o último fio de cabelo,aquele sorriso me fazia sentir segura,logo ele se aproximou e me deu um forte abraço.
-Cinco meses sem te ver.-ele disse.
-Veio pro dia da independência e não voltou-fiz uma cara triste.
-Você sabe que por mim eu ficaria sempre do seu lado.
-Estou cansada disso…
-de que?
-Você sabe! Não posso nem te beijar pois você vem com a história de que é mais difícil de dizer adeus com um beijo de despedida.
-Só não quero que você sofra-nesse momento meu olho encheu de lágrimas.
-E você acha que não estou sofrendo?-gritei-Eu rezo todos os dias para você escapar vivo dessas loucuras que o exército te coloca!
-Isso vai acabar meu anjo. Te juro,conversei com umas pessoas,gente importante,o Iraque deu uma sossegada,eles querem me dar dispensa.-nessa hora as lágrimas começaram a escorrer incondicionalmente,essa era a notícia mais feliz que eu já havia recebido.
-Ficamos 4 anos lutando contra isso,e finalmente… vamos voltar a ser um casal!-ele sorriu também.
-Esses 4 anos serão compensados Lala,você vai ver,iremos nos casar,ter nossos filhos e viver na beira de uma praia em Portland como você sempre quis.-dei uma risada.
-Eu sempre quis?-ri-você que queria morar em Portland,eu amo Long Beach,a California é o melhor Estado para morar,não quero sair daqui.-ri mais um pouco. Peter sempre teve esse ideia de morar em Portland,pois era longe de todos que conhecíamos,ele queria formar sua família em um lugar diferente.
Ele sorriu e colocou seus braços em volta de minha cintura.
-Não quero que você vá.-disse fitando o chão.
-E eu não quero ir.-Peter pegou minha mão e deu um sorriso.-Tive uma ideia…
-Qual?-o interrompi.
-Já sei qual vai ser seu presente perfeito para o natal. -disse se levantando da cama e indo em direção a porta.
-Você é louco Peter-ri-não preciso de presente,preciso de você.
-Olha…amanhã de manhã meu vôo sai,provavelmente será a última vez que te direi um adeus. Então me deixa celebrar o fim desses 4 anos turbulentos com o melhor presente que eu poderia te dar.


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Comentem para ter a continuação :* 

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